8 de agosto de 2007

Que Deus Venha


Foto: autor desconhecido
Por: Carlos Galvão

Paramos bem em cima da linha do trem e não avançamos. Olhamos cautelosamente para um lado e depois para o outro procurando fundamentar nosso medo em algo real. Esperamos algo que nos atropele, mas não avançamos. E o trem não vem, nunca vem enquanto esperamos, pois é preciso o momento exato de o trem vir. Estamos fascinados com nosso medo e não avançamos. Queremos prová-lo sempre um pouco mais, então, como se não fosse o bastante, começamos a caminhar em cima da linha do trem na ilusão de estar avançando, para um lado e depois para o outro, como se procurássemos o que, mais cedo ou mais tarde, ficou de passar. Porém, cansados, mais uma vez paramos e não avançamos, não avançamos. Sorrimos confiantes da nossa própria força relembrando a época em que caminhávamos em cima da linha do trem. Mas basta ouvir um barulho para que nossas pernas tremam, sempre foi assim. E não avançamos, pois somos demasiadamente humanos.

Queremos vencer todos os perigos, queremos nos salvar. E não avançamos. Queremos saber o sentido da vida e não avançamos. Queremos vencer o medo e passamos a vida inteira com medo. Queremos ser fortes e não avançamos.

Todo dia é o mesmo dia.

Construímos castelos, pontes e edifícios tão imponentes que é uma pena vê-los cair como folhas secas de uma árvore. Pois é certo que depois de tantos e tantos anos, talvez nem isso, eles caem. Tudo que fazemos sempre caem como folhas secas de uma árvore.

Enquanto cada um de nós espera o seu próprio trem.

E não avançamos. A não ser que Deus venha. Pois é certo que, se Ele vier, então avançamos.
Mateus 16:13-17
“Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus”.
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