12 de abril de 2007

Não Vos Conformeis com este Século – 3ª parte


Imagem: "O Grito" de Edvard Munch
Por: Carlos Galvão

Romanos 12:2 – “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.


Aqui estamos, meus caros, na terceira e última parte desta emocionante trilogia “Não Vos Conformeis com este Século”. Nesta 3ª parte, trataremos daquela entidade maligna e corcundinha chamada Marxismo.

Bom, pensei em escrever sobre o Marxismo numa bela e inspiradora manhã de Domingo, o Sol brilhava num céu azul-celeste, os passarinhos cantavam alegremente e uma leve brisa brincava com meus cabelos. Ah, era uma daquelas fantásticas manhãs em que o Carlinhos se encontra com seu famoso e contagiante bom humor. Enquanto andava assobiando uma linda canção, encontrei-me com uma querida amiga e começamos a conversar. Foi então que, para a total surpresa e descontentamento de Carlinhos, o papo começou a seguir por caminhos sinistros e lamacentos.

A conversa acabou chegando ao horripilante Comunismo e minha querida amiga, sendo uma fervorosa defensora de Marx e sua espevitada gangue, ficou profundamente assustada ao perceber que este assunto, além de produzir uma espuminha no cantinho da minha boca, fazia meu rosto se contorcer com um sinistro tique nervoso. Assustada com minha reação, perguntou-me o que eu tinha contra o Comunismo. Nesta hora, não vi alternativa senão abrir totalmente meu coração: “Marx fala que a religião é o ópio do povo, por isso deve ser eliminada!”.*

Minha amiga, que antes estava apreensiva pensando em mil e uma críticas que eu faria, ao ouvir o motivo da minha repulsa ao Comunismo, sorriu aliviada e disse: “Ah, então é isso...”.

Confesso, meus caros, eu inocentemente acreditava que minha amiga, por ser cristã como eu, apoiar-me-ia incondicionalmente. Sim, eu esperava que ela me abraçasse chorando e entre soluços dissesse que não sabia como pôde ter sido iludida por tanto tempo. Mas o que eu ouvi foi: “Ah, então é isso...” seguido de um sorriso de alívio.

Vamos imaginar que eu fosse um judeu sentindo uma indisfarçável repulsa ao Nazismo. Então um nazista (ou simpatizante), assuntado com minha repulsa (que para ele é anormal), perguntasse por que eu tinha tanto nojo do Nazismo. Eu diria: “O Nazismo prega a hierarquia de raças e defende a eliminação das que julga inferiores...”. E ele, ao ouvir aquilo, sorrisse aliviado (pois, imaginem vocês, ele estava apreensivo esperando que eu pudesse dizer algo que desqualificasse o Nazismo!). Então ele sorri aliviado e diz: “Ah, então é isso...”.

Na minha inocência, penso que se um cristão se depara com o argumento que fiz no começo deste texto em relação ao comunismo, ele é obrigado, por principio, a rejeitar essa ideologia. Reparem, não é preciso nem dizer que os cristãos foram covardemente perseguidos, torturados e mortos nos países comunistas (porém, penso eu que, se um cristão possui conhecimento destes fatos e mesmo assim insiste em defender o Comunismo, ele é um verdadeiro canalha). Mas, sim, sim, eu sei, sou muito simplista por analisar uma questão tão profunda e intrincada assim por esta perspectiva.

Bom, imagino que algumas pessoas queiram outros argumentos contra o Comunismo já que perseguir religiosos não é tão ruim assim. Então, vamos lá:

1) O Comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas.

“O socialismo matou mais de 100 milhões de dissidentes e espalhou o terror, a miséria e a fome por um quarto da superfície da Terra. Todos os terremotos, furacões, epidemias, tiranias e guerras dos últimos quatro séculos, somados, não produziram resultados tão devastadores. Isto é um fato puro e simples, ao alcance de qualquer pessoa capaz de consultar O Livro Negro do Comunismo e fazer um cálculo elementar”.
(Que é ser socialista? - Olavo de Carvalho - Jornal da Tarde, 28 de outubro de 1999)

Leia: O Livro Negro do Comunismo

2) No Comunismo, o Estado controla tudo, não existe Comunismo sem ditadura, sem repressão (seja religiosa, cultural ou até a simples liberdade de ir e vir), sem lavagem cerebral, sem tortura, etc, etc.

“E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade, do meio de vossas escolas etc.? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação da influência da classe dominante”.
(O Manifesto Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels)

“As acusações feitas contra o modo comunista de produção e de apropriação dos produtos materiais tem sido feitas igualmente contra a produção e a apropriação dos produtos do trabalho intelectual. Assim como o desaparecimento da propriedade de classe eqüivale, para o burguês, ao desaparecimento de toda produção, também o desaparecimento da cultura de classe significa, para ele, o desaparecimento de toda a cultura. A cultura, cuja perda o burguês deplora, é, para a imensa maioria dos homens, apenas um adestramento que os transforma em máquinas”.
(O Manifesto Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels)
“Para o marxista, a História, por definição, não é ciência descritiva ou explicativa, mas arma de luta por um objetivo bem determinado. “Não se trata de interpretar o mundo, mas de transformá-lo.” O passado não tem pois aí nenhum direito próprio à existência, senão como pretexto para o futuro que se tem em vista. Daí que deformá-lo seja, para o historiador marxista, um direito e até um dever”.
(História marxista é charlatanismo - Olavo de Carvalho - O Globo, 27 de maio de 2002)

Por favor, assistam a estes vídeos aqui:

Pelo menos a este primeiro aqui:
(não precisa saber espanhol, veja o desenho que você vai entender)

3) O Estado controla tudo, inclusive a família. Aliás, a abolição da família é um objetivo.

“Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital. Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seu próprios pais? Confessamos este crime. Dizeis também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social”.
(O Manifesto Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels)

Assistam a este filme-documentário aqui:

4) Economicamente já está mais que provado por estudiosos sérios que o Comunismo não funciona.

Vou ficar por aqui, mas poderia citar mais.

O pior do Marxismo (ou Comunismo) é a sua suposta bondade. Não há espaço para a moral cristã ou de qualquer outra religião, pois a bondade e a moral comunista se projeta dentro de sua própria ideologia e se fecha em si própria. Vocês já repararam que para os defensores desta ideologia todos os seus opositores são maus, contra o pobre, o humilde, o fraco, o ser humano, etc, etc? Não há nem possibilidade de crítica ou diálogo. Eis aí por que o Marxismo repele as religiões, ele é sua própria religião, seu próprio padrão de conduta moral, de bondade.

Vocês se lembram quando eu falei no texto anterior: “não há maldade maior que de uma pessoa que acredita na própria bondade”?

“É o que afirma Besançon: O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência”.
(Comunismo versus nazismo - O charlatanismo de esquerda - José Maria e Silva)
O livro aqui.

* Coloco aqui a citação do próprio Marx: "A religião é o suspiro da criatura aflita, o estado de ânimo de um mundo sem coração, porque é o espírito da situação sem espírito. A religião é o ópio do povo" Karl Marx

P.S. Quando falo de Comunismo, refiro-me ao de Marx e ao que segue depois dele - que não passam de notas de rodapé; por isso, não faço distinção entre Marxismo e Comunismo.

Mais links:

Notícias faltantes - Olavo de Carvalho - Jornal da Tarde, 3 jan. 2002

A teoria da exploração do socialismo-comunismo - Eugen von BÖHM-BAWERK – Tradução: LYA LUFT

Do marxismo cultural - Olavo de Carvalho - O Globo, 8 de junho de 2002
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